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Meu filho de quatro anos tem uma pedra que ele chama de 'Piedrita'. Ele pintou sua boca, olhos e nariz. E ela é sua amiga. Às vezes, ele a coloca na banheira. Ele diz que tem que lavar 'o cabelo'. Ele também a leva para o jardim e apresenta suas bonecas favoritas para ver se ela faz mais amigos.
Portanto, pedrinha já conhece 'Ursinho', 'Pequeno Elefante' e 'Pequena Girafa'. O que me surpreende é o carinho com que trata Piedrita e todos os seus amigos inanimados. É o reflexo do que ele entende por amizade: dedicação, amor, generosidade e respeito pelas diferenças.
Para crianças mais novas, não há beleza externa. Tão forte. Não importa se a criança é manca, tem óculos ou dispositivos nos ouvidos. Não importa se ele é chinês, africano ou indiano. Não lhes importa. Seus olhos ainda estão livres de preconceito. Elas compartilham seus brinquedos ou não os compartilham, mas não porque a outra criança os rejeite, mas porque ainda não estão muito claras sobre o que significa amizade.
As crianças crescem e observam os arredores. Eles vêem que os outros se relacionam. Eles aprendem a brincar com outras crianças. E aos poucos vão entendendo que as crianças com quem mais compartilham e com quem se sentem melhor são chamadas de 'amigas'.
Quando as crianças ficam mais velhas, seus olhos começam a embaçar e eles veem de forma diferente. Eles começam a notar as 'diferenças' . Alguns os toleram e outros começam a rejeitá-los. Eles também começam a selecionar seus amigos. Podem escolher os que mais admiram, os que consideram mais atraentes, os mais simpáticos ou quem lhes dá mais brinquedos.
Nesse ponto, quando eles começam a selecionar seus amigos, é quando eles também começam a rejeitar os outros. Desde os 6 anos já ouvimos que 'Marta já não é minha amiga'. Ou 'Meu pior amigo é ...'. E com a maior sinceridade e a menor misericórdia do mundo, são capazes de expulsar uma criança do grupo e esvazie-o. A amizade começa a se tornar uma rede complicada. Alguns querem comandar. Outros não querem ser comandados. Grupos de amigos costumam ser verdadeiras lutas de poder. E, no final, todos competem pela liderança.
Cada criança desempenha um papel dentro do grupo de amigos. Cada um tem sua função. Existe a criança imaginativa que traz criatividade. E a criança ativa que traz energia. Existe a criança mais ousada e mais racional que traz equilíbrio. Mas todos deveriam ter os mesmos direitos: o direito de brincar, de se divertir, de opinar, de participar, de escolher. Nessa idade, o conceito de 'melhor amigo' também começa a se formar. E é aquele amigo que tem gostos mais semelhantes ou que mais complementa o outro. Aqui, a personalidade das crianças desempenha um grande papel.
Então, toda vez que vejo meu filho falar com 'Piedrita', com 'Osito' e 'Jirafita', acho que ele ensaia um grande papel. Como um ator ao preparar uma peça importante. Seu título: 'Ensaio sobre Amizade'. Primeira parte.
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